ATÉ ONDE O SANGUE ESCORRE- S6IS SENTIDOS
(Músicas de fundo para ouvir ao ler esse capítulo...nessa ordem)CIDADE NOVA
2.5
CAPITULO 2 PARTE 5
LILA

O dia esta escuro, me atrevo a sair do quarto e ir para o fundo da casa, todos já estão dormindo, abro as janelas da cozinha. há um jardim enorme em minha frente e o céu me convidando a ficar ali. Me sento na janela com uma camiseta que uso no pijama e o short que vim de viajem já que não tenho muita roupa e me recosto , ignorando o frio...
Nova cidade...Nova vida...
O Steve tem sido meu maior amigo por aqui. Ele e a Bia. Tenho conversado e ficado amiga de várias pessoas na faculdade, do Yago, do Lukas, da Mary, mas o Steve e a Bia...Eles dois estão comigo desde o início, e o Steve...não sei, de alguma forma ele me entende por mais confusa que eu possa ser e eu consigo entender ele,sei que consigo, mesmo ele não admitindo e mesmo ele tentando se esconder em um garoto frio e grosseiro, eu sei que ele não é assim, ou pelo menos, não totalmente.
Foi tão bom conhecer a cidade...A primeira semana aqui me concentrei nos estudos, em cuidar do Nick e dar umas voltas no Central Park com Bia. Mas na praia,hoje, quando quase nos beijamos... Foi muita coisa junta em minha cabeça. Normalmente quando quero ficar com um menino e acontece esse tipo de momento todos os meus sentidos me levam a querer beija-lo. Mas o Steve, com ele foi diferente, uma parte de mim, grande, queria beija-lo, outra queria se afastar e pensava que somos só amigos e iría estragar tudo. E uma parte de mim, a maior delas, estava gritando desesperada sem saber o que fazer, bem lá dentro do meu estômago. Então apenas fiquei parada,fale o que quizer, meus membros não se moviam não tive outra opção ta?Mas eu me senti livre, ali com ele, eu me senti nova, em uma nova cidade, eu senti a liberdade finalmente me tomar... Mas enfim, não teve nada, por que Diabos eu estou pensando nisso?
Resolvi dormir um pouco,
Não demorou muito para amanhecer. Pus o café de Nick, a mãe dele está em casa, é sábado,final de semana, tomei meu café e fiquei um pouco em casa conversando com Beth e o Nick sobre como estava sendo Nova York e sobre novidades de cada um, se bem que um garoto de 4 anos não tem muitas novidades além de brincadeira com amigos.
No início da tarde resolvi sair para espairecer. Minha casa me fazia falta, muita, ver o Nick no colo da mãe me lembrou de mim com minha mãe no sofá vendo televisão, meu pai comentando coisas aleatórias apenas do interesse dele, as nossas saídas rodando a cidade...As minhas amigas, as minhas paixonites, tudo isso me fez sentir saudade. e antes que a primeira lágrima derramasse em minhas bochechas, saí para respirar um pouco e pensar. Mas para onde iria? Fui para o terraço que o Steve me levou. Eu não sabia chegar em muitos lugares e ali tinha o vento em meu rosto e me fazia sentir livre e como disse não tinha muitos lugares pra ir. Repeti o caminho igual a como ele tinha feito no dia anterior. Subi as escadas até o último andar, empurrei com força a grade que fechava a última escada que dava ao terraço, subi, pulei e puxei no alto da parede uma escada, subi e abri uma portinha no teto, me segurei e subi, andei um pouquinho e uma última porta, a do terraço, uma porta de ferro, destrancada. O Steve não a havia trancado ontem? A abri, mas ao abrir a porta e entrar no terraço, uma surpresa. Um garoto de capus na beira do terraço
Só Steve devia vir aqui, e ele disse que ninguém vinha ali, que eu fui a única pessoa a quem ele mostrou o local então...
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- Relaxando?-Falei me aproximando
- Por que veio pra cá?- Ele me olhou assustado e sério.
- Para pensar um pouco
- Pensava em casa- ele voltou a olhar o horizonte.
Eu sei que ele não está bem
-Steve, o que houve?- Cheguei mais perto dele.
- Houve que você está onde não foi chamada
Nossa...
- Fui sim, ontem.
- Não, eu lhe trouxe aqui ontem, não a convidei-ele continuava a falar em um tom sério e rude.
- Nossa ok, mas já que estou aqui...Poderíamos conversar...sei que tem alguma coisa para você estar assim.
-São meus problemas, não seus.
-Eu não posso nem te ajudar?-Estava chocada com aquela atitude. Ele estava sendo grosso, sério, rude...
-Pode,sai daqui.Vai ajudar baastante. Aliás Lila, você não aprendeu a não ir aonde não é chamada não? Para mim isso era educação básica
eu o olhei perplexa. Meu Deus. Nunca havia sido tratada assim por um amigo eu acho...e...Não esperava isso do Steve...
- Vem cá, Steve, vai ficar me tratando assim?Quem você pensa que eu sou ein? Sim eu estava brava, ele não devia me tratar assim, eu não merecia ser tratada assim, aquele lugar nem dele é.
- Quer ser tratada bem? Não se mete onde não é chamada.
- Quê? ! Eu não estou me metendo em-
- Está ! Nova York é grande demais. Aproveite. Suma, ande por aí.
- Quer mesmo continuar nessa né?- Eu abaixei o tom, não ia gritar, eu estava sem acreditar naquilo
- Quero ficar sozinho. É só o que eu quero Lila.
- Existe diferença em querer ficar sozinho e ser um estúpido para conseguir isso. Lhe deixo sozinho se quiser,mas me expulsar assim,olha como você está agindo! É assim que você costuma tratar as pessoas quando quer ficar sozinho? dessa forma?
- Tchau Lila.- Ele nem me olhou, virou-se e continuou contemplando o horizonte como se não houvesse ninguém ali.
- EI- O puxei, agora estava com raiva- Não seja ridículo, quer que eu vá embora?-Disse ja chorando por tudo que disse antes de vir ao terraço+ a raiva por ser tratada assim por ele.- OK MAS OLHE NOS MEUS OLHOS- Segurei seu braço e virei seu rosto para me olhar - Não fique de costas pra mim.
Ele se afastou
-Não. É demais pedir que vá embora? Que me deixe em paz?Você consegue isso?
- A vontade.
Assenti calada. e saí do terraço. Limpei meu rosto com a mão. Não derramaria mais nenhuma lágrima.
Saio da quadra e ligo para Bia. Chamo pra fazermos algo.
- Nada. O Steve é apenas...olhei pro terraço.- Um babaca.
- O que ele fez Lila, da pra ver que estava chorando.
- Eu só estava no lugar errado, com a pessoa errada. Vamos lá em casa? Eu preciso pegar o violão e depois vamos no central Park.
E assim fizemos. Lá achei a Mary, vestida com um longo andando pelo parque. A chamei e sentamos as três cada uma tocando uma música diferente. . A Mary é americana mas já morou no Brasil três anos.
Toquei a música que mais me representou na hora...
A Mary tocou hey jude, a Bia tocou Velha infância de tribalistas, e então resolvi cantar uma música que aprendi a pouco tempo com meu tio antes de vir pra cá, que agora, mais feliz, é própria pra o momento, eu queria apenas sentir o momento e esquecer daquele terraço
Todas cantamos, a Mary errando um pouco no português, mas no geral, foi muito legal cantarmos juntas. Até que a Mary falou
-Lila...Tem uma pessoa querendo te ver
Olhei para o lado e o Steve estava em pé. de longe, me observando.
Continuei tocando
A Mary e a Bia me olharam, se entreolharam e foram falar com ele, e eu continuei tocando, tentando me concentrar e fingir que não estava nem ai, eu não ficava calma com ele ali, gosto da presença dele mas hoje não. Eu não quero vê-lo.
Elas voltaram e se sentaram
- Lila...Ele...
- Eu não estou nem ai, vamos tocar e conversar como antes?-continuei a música- fácil extremamente fácil, pra você e eu e todo mundo cantar junto...-
- Lila por que isso?- Mary parou as cordas do violão
- Mary, o Steve hoje-Falei um pouco alto para que ouvisse-Me pediu para deixa-lo sozinho e foi extremamente estúpido, grosso, rude e claro no pedido,estou apenas fazendo o que ele me pediu.
Continuamos tocando e conversando por muito tempo mas vi que as meninas estavam olhando muito o Steve e estavam desconfortáveis.
Ao fim da tarde as meninas disseram que já iam. Eu resolvi ficar um pouco mais...
Eu queria pensar, eu gosto de ficar sozinha, pensando em mim, em tudo...mas quem eu enganaria? Penso em como ficaria em relação a Steve, por que ele fez aquilo e...será que ainda devia falar com ele?. O sol ia indo embora e deixei aquela paisagem me tomar, tirei o coletinho florido rosa que eu estava vestida, e fiquei apenas com meu vestido deixando aquele lugar me acalmar...
- Devo esperar muito para conseguir me desculpar?
Sorri por ele estar ali mas não, mas eu não ia falar, ele foi um otário.
- Lila, eu me desculpo e vou embora. Só quero isso.
Eu continuei fazendo o que estava fazendo, olhando o sol e vendo até quando eles, o sol e o Steve ficariam ali...
Eu tinha que me distrair de alguma forma, ia surtar sem ele ali...Meu violão! Levantei e fui até onde estava com as meninas, o havia esquecido lá mas uma pessoa alta estava com ele na mão, o puxei da mão dele e me virei
- De nada. ele me segurou pela cintura por trás.
- Me solta.
- Não
- Não foi um pedido
Lhe dei uma cotovelada e lhe empurrei com força. Mas automaticamente me virei. Merda.Olhei seus olhos.
Ele estava no chão sem camisa me olhando...Eu...Droga.
-Desculpa- Ele disse
O olhei suficientemente pelo tempo que faria eu gravar aquela imagem. Lila. Vai embora. Ele é um idiota.
- Te deixei em paz. não se desculpe. Apenas agradeça. De nada.
Me virei e sai.
Anda Lila, um passo após o outro, vamos lá.
Fui para casa...
Agora quando sinto falta de falar com o Steve na faculdade ou de sair com ele, ou quando me sinto com um aperto ao vê-lo falar comigo e eu me forçar a sair andando, lembro daquela cena e sorrio e lembro do quão babaca ele foi...Ainda voltaria a falar com ele, não seria forte o suficiente pra esquecê-lo mas um gelo pra ele ver a merda que fez é sempre bom. E Bia só colocava lenha na fogueira me fazendo ter mais raiva dele não sei por que mas...isso durou uma semana e quer saber? Já deu, agora eu estava sendo a infantil, mas sempre que ia falar com ele a Bia falava algo que ele tinha dito a ela, do tipo " Bia, quando a Lila vai parar de ser criança?"
Eu era criança?..." Bia a Lila ta mesmo na faculdade? Ela devia ser um pouco mais como você, não to aqui pra ser babá de uma garota" Ai que raiva do Steve...Essas e outras me faziam travar quando ia falar com ele.
Mas o pior não foi isso
o pior foi a sexta feira
A Bia veio falar comigo de manhã que ela mentiu sobre algumas coisas que o Steve falou por que ficou com raiva dele e do que ele fez e agora eu ficara com mais raiva dela do que dele, então ele não falara aquilo tudo pra ela? ...A final, quem era meu amigo?
-Você o que?
- Desculpa amiga eu não...
- Você é um idiota sabia Bia? Uma completa idiota
-Eu sei eu só fiz isso por que queria que o Steve se arrependesse do que fez e que você visse o quanto ele é babaca
- Não sua imbecil! Você queria ele pra você. Por isso esteve tão próxima dele, por isso você inventou tudo isso, teve o seu tempo só com ele sem mim pra atrapalhar, pra mim éramos amigas, mas que diabos é uma amizade pra você?
- Nós somos! Eu te adoro!
- Seu rosto nem arde não é? Você chega a ser nojenta fazendo isso. Bia você mentiu pra mim por nada, você...você me fez ficar longe do meu amigo simplesmente por que quis, percebe quão egoísta você foi?
-Eu sei olha me desculpa
- Não! Você e ele acham que podem me tratar como querem e desculpas resolvem mas não é assim. Quer o Steve? Todo seu. Ganhou um garoto e perdeu uma amiga, mas sabe qual a parte que se esqueceu? A de perguntar se ele também te quer.
- Lila
- Me esquece Bia. Faz o que queria que eu fizesse com o Steve, Não olha mais na minha cara.
Fui pra casa. Liguei pra o Steve mas ele não atendeu...eu não sei nem em quem confiar...o que eu deveria fazer? Eu estava confusa...
Então a noite recebo uma ligação desesperada da Mary
-Lila, sei que você e a Bia brigaram hoje mas agora é sério, a Bia sumiu, não esta em casa desde cedo, ninguém a viu, o celular dela foi encontrado no meio da rua no chão com a tela rachada. A bolsa dela vazia a alguns quilômetros de distância dela. A polícia está atrás dela mas nenhum sinal até agora.Os pais estão oferecendo qualquer coisa pra quem a encontrar. Não sei o que faço, os pais dela até me ligaram,o celular do Steve também não atende, me ajuda.




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