ATÉ ONDE O SANGUE ESCORRE?- S6IS SENTIDOS
Capitulo 7 parte 1STEVE
Após deixar Lila e o irmão em casa, voltei para casa, me fechei no quarto, sentei encostado no closet e peguei a única coisa que poderia me acalmar naquela situação. Um cigarro.
Eu, Steve, tive meu pai assassinado ainda novo, daí vieram brigas com minha irmã que insistia em ver o Gustavo Blanco como inocente. Meu pai confiava nele plenamente, ele foi visto com o meu pai nos últimos dias antes do assassinato e ela ainda o via como inocente? Eu não sei o que é inocência. Minha mãe entrou em uma depressão e logo após em uma crise do pânico e eu tinha o que? Catorze anos? Agora eu tinha a oportunidade de me vingar. Não sou um garoto perfeito. Morte sempre fez e fará parte da minha vida. O plano não era difícil. Encantar a mimada filha do sócio do meu falecido pai e entregar o corpo da garota ao pai para que sentisse a real dor da perda de um amor. A verdade é que um "sinto muito" não ameniza dor de ninguém. Um adeus é sempre um adeus. Um enterro sempre é um enterro e nada disso termina quando todos vão embora. Mas o caso se tornou maior que isso tudo. Ela não é como pensei e tenta achar um lado em mim que não existe, agora tenho que ser alguém que não sou, que nunca serei. Um homem perfeito e romântico apaixonado. Não, esse infelizmente não sou eu. Sou algo muito mais cruel, frio e perigoso. Meu amor é a morte,se alguém tem de morrer não serei eu a sofrer ou a esperar pela polícia. Aprendi que se tiver um problema, eu devo resolver. Então eu faço e o farei. Desde sempre tive uma afeição por sangue, cortar, ver a vida se esvaindo, aquilo me acalma. Mas nunca havia matado gente, até ver que sem dó nem piedade, gente também mata. E se eles matam, eles também morrem. Desde então tenho cortes variados, e como é bom ouvir gritos de suplício, um último suspiro quente...que calma me dá. Até que ver a morte de perto não é ruim.
Mas não posso negar que de alguma forma me apeguei a Lila, de uma forma que é agonizante e não sei explicar, há algo que diria até ser um sentimento que ainda não posso dizer se bom ou ruim. É apenas...novo. E agora um amigo do meu pai e do meu inimigo me desafia. Eu me vejo obrigado a proteger minha vítima e manter meu papel mais intensamente por mais um tempo, meu falso Steve, Isso não é justo com ela, uma morte rápida seria melhor para ela, isso é divertido, porém não é justo. Proteger sua vítima para que não seja a vítima do outro. Ou é?
Ridículo Steve Devito...
Ignorei pelo resto do dia as ligações e mensagens da Lila até que alguém invadiu meu quarto
- Parou a palhaçada agora ! Defender e fazer parte do plano de uma pessoa que esconde tudo? O que está acontecendo Cara?!-Yago
-Ah olá. Eu na verdade sumi...de ontem para hoje? Nada mudou
-Além de sua agarração e do abrigo de um garoto desconhecido.
- Como sabe ?
- A vista da sua janela do lado de fora é...
- Tem tela
-Eu sei. Te vi saindo do parque e segui. Não precisou pensar muito. Você, Lila e o garoto desconhecido? É o que? Quer uma vida fofa e normal agora? Me avisa se quiser por-
- Já fez teatro? Se não, sente e aprecie o show
-Espera aí. Steve isso tudo ou é sentimento e então desconheço o novo Steve ou uma baita fingição de uma forma totalmente...Steve o que está fazendo?
- Encantando Lila a mantenho próxima e assim a protejo, protegendo-a não deixo-a nas mãos de Míria, e quando essa mulher estiver desistindo, a mato e finalizo meu trabalho.
-Você não vai...
-Ah vou sim
- É a Lila! GRITOU YAGO
-Era meu pai!
Eu não tenho culpa da morte do meu pai nem ela, mas se eles não podem pagar por isso, temos que pagar.
- Você imagina a morte mas imagina Lila morta?
-Yago meu problema não é matar a Lila, nem vê-la morta, é eu imaginar não estar com ela, eu não tenho problema com vê-la morta ou mata-la...Mas algo em mim sente...eu estou sentindo? Até é hilário. E isso tem que acabar.
- Estou arrumando tudo pra o momento. Quando se livrar de Míria, você começa sua brincadeira. É até divertido ver esse seu outro lado.
- Bonitinho esse novo Steve não é? Vamos tomar algo vai, essa história me dá dor de cabeça.
Fomos a um bar próximo dali e comprei uma garrafa de vodca e algumas cervejas para tomar com uns amigos que chegaram em nossa mesa no posto á três quadras dali. Então eu vi uma menina de short dourado lantejoula, uma blusa colada branca acima do umbigo, cabelos castanhos soltos, sentada junto á outras duas garotas na bancada do bar, maquiada, linda. Olhei por cerca de 1 minuto e a vi virar para mim, nesse instante me virei de volta, com a atenção novamente voltada a mesa e então ouvi uma voz feminina gritar.
- Oi Steve!
não respondi nem me virei para ver até por não saber se era ela mesma, mas desconfiava pelo tom de voz, Enfim, se fosse ela, ela viria até mim.
Mas algo naquilo me surpreendeu. 3 Garotas em minha mesa, uma delas com a blusa branca colada debruçando-se na mesa sorrindo e olhando para todos os meus amigos, o batom vermelho, a maquiagem bem feita e o olhar sedutor de quem se divertia com tudo aquilo.
- Olá garotos. -Virou-se para mim- Steve agora você vai falar comigo?
Respirei fundo e sorri um pouco, sendo o mais natural possível.
- Olá Lila. Por que não senta conosco?
-Meninas? Ela olhou para as amigas
As duas meninas sentaram menos Lila
- Você não vai sentar? perguntou Yago.
-Ah não !Hoje eu quero dançar!
Ela então foi para a parte que devia ser a pista de dança com o copo de uma batida na mão. A vi rebolar e pular, voltou puxou uma amiga...Puxou Yago, até que ela veio e me puxou. Não qui ir de início mas percebi que ela não ia ceder.Depois de um tempo dançando ela me perguntou que horas eram.
- Dez minutos para as onze.
-Nossa eu tenho que ir ! Falei com a Beth que onze estaria em casa.
-Tudo bem eu te levo.
- Não precisa, eu...vou com as meninas
-Acho que elas já foram e a Raquel está com o Yago meio que...ocupada.
-Droga, eu vou então...
-Lila, eu te levo.
Ela se despediu de todos na mesa.
No carro, no silêncio, pude matar minha curiosidade
-Sábado a noite em um bar no centro com duas colegas de faculdade, pelo que te conheço nem bebeu muito nem fumou nada, e com uma dona de casa certinha lhe aguardando, como veio parar aqui?
- Precisava espairecer, ficar louca um pouco sabe?
-Sei bem.-Disse rindo.
- Bom chegamos- ela disse como se não quisesse muita conversa-...Engraçado, a casa está toda escura.
-Alguém dorme do lado de fora hoje então Lila?dei risada
- Não Steve- ela disse com um sorriso irônico-para seu azar saiba que a luz da sala fica sempre acesa e a porta não está nem fechada...Mas, por que não está fechada?-Disse como se percebesse naquele momento apenas.
- Você quer dizer que...
-A Beth não é esquecida assim e nem sai a noite, pra lugar algum por causa do Nick.
- Quer que eu entre e...
-Não. Apenas me deixe aqui. Deve ser apenas uma coisa da minha cabeça. Está tudo bem.
Porta aberta, casa escura...apenas uma coisa da cabeça?...é apenas um mal resolvido.
tentei convencê-la mas não houve jeito. Sabia que a cabeça dela não era fértil assim pra decifrar isso tudo, aliás, até era, mas pra mim aquilo não tinha nada a ver com imaginação, conhecia bem.
Ela saiu do carro e a segurei.
-Deixe eu entrar, apenas para ver se está tudo bem
- Acho que sou bem grandinha não acha?
- Esperarei aqui então.
-Steve você me ignorou o dia inteiro, e mal falou comigo no bar, se não fosse eu ir falar com você, você me ignoraria ali, e pra dançar então, parecia que ia te levar pra forca.
-Eu só não gosto de dançar
-Assim como não gosta de mim então não finja se importar. Vai embora, ambos ganhamos mais. Obrigada pela carona.
Ela se soltou da minha mão e eu não insisti
A vi começar a entrar em casa e se virar para meu carro, cruzando os braços e me esperar ir embora.
E assim o fiz, sabia que não era problema meu. Mas não era de ningu[em.
Liguei para Mírian.
Me tranquilizei por isso. Celular desligado e aquela cena? Ela queria me assusta, mas sabia que não Míriam não mataria Lila hoje.
Cheguei no bar e pedi a coisa mais forte que tivesse
- E a Lila? Perguntou Pietro- Ta curtindo?
-Foi pra casa, estou em paz agora. Apenas uma amiga que gosta demais de mim
-E você?
- Amigo querendo beber em paz.
- Sua Cara nem arde. É legal tentar me enganar?
- Divertidíssimo.
Yago voltou correndo até a mesa mais ou menos uma hora depois de eu ter voltado da casa de Lila
- Se divertiu cara?
Ele deu risada e disse
- Vamos pra casa Steve
Todos já estavam indo. Peguei o carro com Yago e saímos. O celular do Yago tocou. Ao atender ele me disse
- Para de me mandar trote seu babaca.
Ele desligou o telefone
-Quem era ?
- Um idiota aí que pegou e me ligou
- Falou o que? Trote essa hora é sacanagem
- Pois é. Lila é muito idiota né? Para ser assaltada na porta de casa
- Como assim Yago?
- Foi o número dela
Parei o carro. O telefone tocou de novo.
-Põe no alto falante
Tinha apenas uma gargalhada
- FALA QUEM É.
Uma voz rouca gritou meu nome
-LILA! LILA DEIXA DE PALHAÇADA, RESPONDE! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Yago ria
- Man é trote
- LILA GRITE ! QUERO TE OUVIR.
Eu estava preocupado, algo realmente estava acontecendo mas não sabia se era algo sério ou mais uma brincadeira de Lila Irritada.
Uma voz falou rindo
- Relaxa, foi só um trote
Mas uma voz rouca ainda gritava meu nome, não era coisa da minha cabeça.
Parei o carro e sai, fui na lojinha na rua e pedi para carregar urgente meu celular.
Ao ligar. 14 ligações perdidas da Lila.
Sim ela estava em perigo.
Um artista sabe quando tem um artista por perto. Um assassino também.
Entrei no carro e Yago estava em choque
- Que diabos está acontecendo?
- 14 Ligações de lila perdidas, meu nome sendo chamado, ela entrou em casa e tudo estava escuro e a porta aberta sendo que a tia dela deixa a luz do corredor sempre acesa. Ela mandou eu ir embora e estava irritada para variar.
- Ou seja, casa da Lila
- Estou apenas protegendo o que é meu.
- Seu?
- É minha diversão, minha vítima.
- Que amor apenas por uma vítima. Se só quisesse se livrar deixava qualquer um matar ou a maria agora.
- Não seja por isso.
- Steve
Entrei na rua de Lila tão rápido que o pneu fez barulho.
Como já esperava da teimosia e audácia de ter entrado sozinha no condomínio e em casa, o clima estava estranho. Entrei na casa com tudo e corri por cada cômodo.
Cheguei então no quarto de casal que devia ser da Beth e amarrada na cama com cortes no braço, amordaçada, sua blusa cortada e manchada de sangue até acina do umbigo um pouco, chorando. as gotas de sangue pingando na cama. Seu irmão no seu lado, dormindo. Um corpo alto em sua frente.
Eu tive um acesso de ódio, era demais ver a Lila naquela situação. Lindo porém antiquadro. Não era pra ser Lila Ali. Me encostei atrás de uma parede e esperei a pessoa vir procurar quem estava ali pois fiz questão de dar passos fortes. Ao sair do quarto e se virar. Fechei a mão esquerda e fui lhe dar um murro no rosto, suas duas mãos, uma com uma faca, foram direto para sua defesa e com a força suficiente para me atacar também, mas aquilo foi proposital, pois, ao se defender com as duas mãos, a sua barriga e peitoral estava exposto, no mesmo momento da sua defesa aproveitei a parte exposta e com a mão direita, em um ágil golpe, tirei o canivete da cintura e enfiei em sua barriga. Ela parou e tirei o canivete. Fui até Lila em choque. A desamarrei e carreguei até meu carro. Ela olhava para mim fixamente
- O Nick!
- Volto para pega-lo
Passei pela mulher, ela tinha o rosto com uma máscara cobrindo.Lhe dei um chute para garantir que a dor não lhe faria levantar.
Ao chegar no carro vi Yago entrar na casa a minha procura
-Pega o irmão dela, no andar de cima.
Yago correu. Coloquei Lila no banco de carona e segurei seu rosto molhado
- Está tudo bem
- Beth
- Mandarei Yago procura-la e assegurar que ela ficará bem
Ela ainda estava em choque.
- Você e Nick vem comigo pra casa para cuidar dos ferimentos e se acalmar. está tudo bem agora, certo?
Ela assentiu.
Yago colocou o irmão de Lila na parte de trás do carro
- Yago levarei Lila pra minha casa
- Fico aqui pra ver a tia dela como está e onde está.
- Nos falamos depois.
Sai rápido pra casa.


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