HOJE MORRI EM SANGUE E LAMA

15:33 Unknown 1 Comments

ENTRE FRANÇA E MARIANA, POSSO ESCOLHER A PAZ? 






Me deito pra dormir com minha consciência tranquila, agradeço pelo meu dia e saúde da minha família. Ao fechar os olhos começo a sonhar com um dia ver a cidade luz e a torre Eiffel visitar, cidade romântica, já penso até nas palavras que vou falar: "BonJour", "mademoiselle", "Croissant", "S'il vous plait"...Mas e quando voltar quero um lugar tranquilo pra visitar, lugar calmo e sereno para que possa sossegar, na Bahia tem gabriella e Mariana nas minas de lá... Tudo isso foram sonhos de antes da morte chegar.
Abro os olhos e quero fechar, melhor voltar a sonhar. Deitada em minha cama, me sinto atolada na lama, impregnada com o cheiro puro do sangue escorrido, me afogando nas lágrimas derramadas, totalmente desamparada.
Não, hoje eu não me sinto, hoje eu só sinto. Sinto por Mariana, Juliana, Ana, Adriana, Fernanda e Luciana...Sinto por cada mãe, cada pai, cada avó, cachorro e criança. Sinto pela Lama que desabou uma história, a história de Mariana, ontem marco de Minas Gerais, hoje só uma lembrança, sinto pelos desabrigados buscando esperança, e pelos desaparecidos que jamais serão esquecidos e que são buscados com perseverança por aqueles que sem relutancia, escolhem o amor ao invés da vingança. 
Mas Sinto-me também ensanguentada ao lembrar da França.
Na noite em que deitei-me na cama, dormindo num brando sono cheia de sonho e esperança, 
centenas de gente do outro lado do mundo gritava por clemência, em uma iluminada noite em Paris, o sangue de inocentes derramava-se por arrogância e crueldade daqueles que sem nenhuma sensibilidade matou centenas, sem se importar com nada, foram homens e mulheres, idosos e crianças. 
Paris em sangue inocente
Mariana atolada em prantos
Chapada grita em chamas
Me perdoem todos, mas não escolherei qual tragédia merece mais relevância.
Minhas lágrimas caem por cada um desses desastres, cada pessoa morta sem motivo, cada família desabrigada sem ter feito nada e agradecendo apenas por mesmo sem nada, ter sobrevivido, choro pela fauna e flora perdida e pelos animais desesperados procurando comida e abrigo já que seu habitat natural ou poluído ou em chamas, não pode mais ser mantido
Mas ainda preciso sorrir
e faço isso facilmente
por mais que ao meu redor as lágrimas sejam mais fáceis de cair 
eu ainda prefiro sorrir 
Sorrio pela esperança nos corações daqueles que perderam tudo e não se cansam 
sorrio pela luta daqueles que sem ter nada a ver e sem nada a temer, 
ajudam a nossa fauna e flora
ajudam a raça humana 
limpam o sangue e abrem os braços levando paz e esperança
Sim eu ainda sorrio
Pois mesmo num mundo em guerra
se uma escolha eu devo fazer
não será esta entre catástrofe de maior relevância
mas sim na escolha da esperança
de um mundo em que a Paz
aos poucos vença a raiva e a vingança
E eu ouça o choro de um parto
substituindo o grito de desespero
sim 
um dia a paz vencerá a vingança
pois ainda há amor nessa tal de raça Humana

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